segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Museus Virtuais

       Com a expansão da Internet muita informação começou a ser disponibilizada on-line, não seria diferente com os museus. Com o desenvolvimento das Tecnologias de Informação, multiplicaram-se sites de Museus, permitindo ao usuário da Internet visitar virtualmente,  museus localizados fisicamente em diferentes continentes. Talvez a unica possibilidade de ter acesso a arte, sem a necessidade do deslocamento. Porém, acontece a "desconstrução" do objeto como informação e permanece a informação com a imagem do objeto.

Tal nomeação sugere uma idéia de museu
permeada pela centralidade da informação, e não mais
pela materialidade dos lugares e dos objetos físicos, traço
que acompanhou o fenômeno museu desde suas origens,
sem grandes abalos. (LOUREIRO, 2004)

   Na Museologia ocorreu uma quebra de paradigma semelhante ao ocorrido na Biblioteconomia: o suporte deixa de ser o foco principal lançando mão da informação que está sendo disseminada através de diferentes suportes.

 [ . . . ] centros culturais e outras entidades voltadas à preservação, manutenção e gestão de bens patrimoniais tangíveis e intangíveis (patrimônio vivo e atividade criadora digital)” foram oficialmente admitidas como membros da categoria “museu”. (LOUREIRO, 2004)


     O Museu do Iraque, está localizado na cidade de Bagdá, é considerado o 4º museu mais importante do mundo, com peças que abrangem desde à pré-história mesopotâmica até a história mais recente do país.
     O museu tem em torno de 25 mil peças no acervo, mas estão expostas somente 30% delas. A guerra contra os Estados Unidos, em 2003, expôs o museu a constantes ataques. Reaberto em fevereiro deste ano, apenas uma parte de seu acervo está disponível ao público.


    Introdutoriamente, o site do museu apresenta um vídeo curto mostrando a história do museu desde 1926, após são apresentadas oito salas, cada uma correspondendo a uma era da Mesopotâmia.

"Os períodos vão desde a idade pré-histórica até o surgimento das primeiras civilizações dos Sumérios, atravessando o Império Babilônico e Assírio, a presença persa e a época de Alexandre, o Grande, até chegar ao mundo islâmico, com a antiga Bagdá dos califas, celebrizada pelo ciclo das Mil e uma Noites". (Arqueólogo Massimo Cultraro, especializado em pré-historia do Egeu e do Oriente)

A visita virtual possibilita escolher entre três línguas: italiano, inglês, árabe. Apresenta:

  • 70 peças, das quais 40 com reconstrução em 3D estão expostas no museu virtual.
  • 22 vídeos e 18 mapas que mostram a transformação dos sítios arqueológicos.


Vantagens

  • Site atrativo
  • Apresenta abordagem interativa com som e vídeos
  • Ótima resolução das fotos em 3D
  • Possibilidade de aproximação das imagens
  • Independe de horário de funcionamento e de estar no mesmo espaço geográfico
  • Descrição detalhada das peças*

*Acredito ser uma das maiores vantagens do museu virtual, pois na maioria das vezes, os museus não oferecem visita guiada, o que impossibilita conhecer melhor as peças que estão expostas.

Desvantagens

  • Contato visual com a atmosfera do museu (peças e espaço físico)

"[ . . . ] o museu virtual não é competidor ou perigo para o museu de ‘pedra e cal’ porque, pela sua natureza digital, não pode oferecer objetos reais aos visitantes, como o museu tradicional faz." (CARVALHO, 2008)

         No  sentido de transmitir a sensação de estar no museu, e poder visualizar o ambiente e as peças de acordo com capacidades cognitivas indivisuais, o museu virtual deixa a desejar, já que tudo está disposto de uma forma padrão. Mas visto de uma perspectiva informacional, os museus virtuais tem acesso de um publico que está conectado à Internet e que desta forma se mantem conectado com a arte e consegue compreender a construção histórica de determinada civilização sem a necessidade de deslocamento geográfico.

Por sua vez, a relevância das atividades de comunicação e informação para o desenvolvimento da sociedade contemporânea reforça o papel dos profissionais da informação como mediadores entre a instituição e os usuários, que necessitam das mesmas para seu uso pessoal, profissional ou acadêmico e fontes, como o museu, que produzem, organizam e distribuem informação, ou dispõem de mecanismos de acesso a esse recurso.(CARVALHO, 2008)




CARVALHO, Rosane Maria Rocha de. Comunicação e informação de museus na Internet e o visitante virtual. Museologia e Patrimônio. vol.I, n. 1, Jul/Dez De 2008. Disponível em:


História Digital. Faça uma visita ao Museu (Virtual) do Iraque. Disponível em:


LOUREIRO, Maria Lucia de Niemeyer Matheus. Webmuseus de arte: aparatos informacionais no ciberespaço. Ci. Inf., Brasília, v. 33, n. 2, p. 97-105, maio/ago. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ci/v33n2/a10v33n2.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2010.


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