domingo, 29 de agosto de 2010

Blog: Canal de Informação Confiável

   No post anterior, foi possível verificar que os blogs além de diários eletrônicos são ferramentas de informação colaborativa dos mais diversos assuntos, desde lazer até assuntos de interesse mútuo da sociedade, como política, saúde, educação etc. No entanto, existem cerca de 4 mil blogs de diferentes gêneros, como certificar a confiabilidade das informações neles contidas?

   Sem restrições para criação de sítios na web, tornou-se necessário fazer uma avaliação dessa informação disponibilizada. Segundo Tomaél et al. (2004) “a importância de avaliar-se a informação disponível na Internet é bastante significativa para quem a utiliza com a finalidade [de] pesquisa, e é de extrema relevância para enfatizar a inconstância da qualidade das informações encontradas” (TOMAÉL et al., 2004, p.19).

  Os critérios para avaliação dos blogs irão variar de acordo com a proposta de cada gênero, no entanto existem alguns critérios de avaliação que independem disso, bem como, autoria, intencionalidade, conteúdo, design e atualidade.


Autoria/Identificação

  1. Verificar o responsável pela criação e manutenção do blog,
  2. Representa autoria individual ou institucional;
  3. Apresenta e-mail / endereço para contato
Intencionalidade

  1. Público alvo
  2. Verificar os objetivos da criação do blog se para informar, vender, promover algo ou alguém, para convencer.
Conteúdo/Contexto

  1. Verificar se abrange todas as questões relativas ao assunto,
  2. Se o texto é compreensível, expõe as idéias com clareza,
  3. Apresenta conteúdo adequado ao público que se propõe atender,
  4. Oferece informações a respeito das datas de consulta das fontes para postagens,
  5. Apresentação de links interessantes que complementam a informação
  6. Referências bibliográficas dos assuntos
  Navegabilidade/Design

  1. Verificar se o blog é de fácil navegação,
  2. facilidade para acessar os links,
  3. Verificar se as figuras são “pesadas”, ou seja,  demoram para aparecer na tela, isso se torna um problema se elas são necessárias ao entendimento da mensagem.
  4. Os títulos devem ser de fácil visualização
  5. O texto deve ser coerente e sem erros de grafia
  6. O layout deve ser agradável, padronização estética da página (cor, tamanho da fonte...)
Atualidade/Continuidade

  1. As datas de criação e atualização devem estar presentes,
  2. O assunto deve estar atualizado,
  3. Opções de consulta em outras línguas.
  4. Recursos para PNEs (Pessoas com necessidades especiais)
A questão da acessibilidade na web, pode ser facilitada com a possibilidade de navegação via teclado, algumas pequenas modificações podem ser feitas que só é de fato percebida para quem possuem alguma deficiência para acessar paginas e links. Assim como mostra o vídeo "Acessibilidade Web: Custo ou Benefício?" feito pela  equipe Acesso Digital, grupo de pesquisa em acessibilidade, usabilidade e padrões Web do Rio de Janeiro.

"[ . . . ] os exemplos mostrados no vídeo foram extraídos da experiência real. Ao selecionar os sites que seriam utilizados, levamos em conta: a variedade dos problemas de acessibilidade; a clareza com que esses problemas poderiam ser apresentados; a diversidade dos sites (de serviços públicos, de empresas privadas, de compras, de notícias, de bancos, etc).( ACESSO DIGITAL, 2010)

Acessibilidade Web: Custo ou Benefício?



"[ . . .] a qualidade da informação é determinada pela capacidade de satisfazer as necessidades de informação do indivíduo que a usa". (ALVIM, 2007, p. 3).











Referências:

ACESSO DIGITAL. Acessibilidade Web: Custo ou Benefício? Disponível em: <http://acessodigital.net/video.html > Acesso em: 25 de ago. 2010.

ALVIM, Luísa. A avaliação da qualidade de blogues. In: Congresso da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, 9., 2007, Açores. Anais Eletrônicos... Açores: Universidade dos Açores, 2007. Disponível em: <http://badinfo.apbad.pt/Congresso9/COM105.pdf>.Acesso em: 29 ago. 2010.

TOMAÉL, Maria Inês et al. Avaliação de fontes de informação na internet.Informação & Sociedade: estudos, João Pessoa, v. 11, n. 2, p. 1-13, 2001.
Disponível em: < http://www.ies.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/293/216 >.  Acesso em: 28 ago. 2010.

domingo, 22 de agosto de 2010

Blogs: diários ou ferramentas de construção colaborativas?

      
   
     O termo blog é derivado das palavras inglesas web (rede) + log (diário de bordo). Os primeiros weblogs surgiram em 1997. A difusão do blog se deu devido à facilidade e simplicidade de fazer as publicações on-line, um dos pioneiros foi o infosite (www.jjg.net/infosite/) criado inicialmente apenas com uma lista de favoritos. Posteriormente surgiram o Pitas (www.pitas.com), primeiro serviço gratuito e o blogger (www.blogger.com) um dos mais conhecidos e utilizados.
   
  Inicialmente os blogs eram baseados em links, dicas de websites e comentários, simplesmente como forma de expressão individual, não como fim exclusivo de servir como diários eletrônicos, apesar de existirem muitos, são os chamados reality blogs.


     Os reality blogs tem o objetivo de tornar público a vida privada. Sua popularidade está ligada a grande identificação, de um público específico, com os personagens criados no espaço virtual, assim como os reality shows.


     Hoje, a maioria dos blogs conta com ferramentas como “comentários” e “trackback”. A ferramenta “comentários” serve para qualquer internauta contribuir com observações, críticas, comentários, e elogios a cerca dos posts publicados, já a ferramenta “trackback”, permite que outros blogs através de posts do mesmo assunto façam links, a fim de mostrar a mesma discussão realizada em outros blogs. Assim formam uma rede de relações, construções e significados de forma coletiva, ou parcialmente, pois diferentemente das wikis, os blogs não possibilitam que qualquer internauta interfira no post que foi publicado, ele pode restringir o acesso a modificações a um grupo de editores (weblogs coletivos) e também pode analisar o comentário antes de torná-lo visível ao público externo. 


     O blog que possibilita a escrita colaborativa agrega muitos valores, pois na maioria das vezes, são grupos de pessoas que pertencem a um mesmo nicho de conhecimento e contribuem significativamente a uma determinada área do conhecimento, é o caso do bsf / Bibliotecários Sem Fronteiras, (http://bsf.org.br/), que é um blog formado por estudantes e profissionais para divulgar, compartilhar, conversar e debater assuntos relacionados à biblioteconomia. Dessa forma a utilização de blogs proporciona construção de conteúdo através da interação e construção coletiva, quebrando paradigmas do controle da informação por grandes portais e corporações.
    
    Vida útil dos blogs: a facilidade de utilização dos blogs, também apresenta rapidez de abandono pelo criador do blog e a baixa freqüência de visitação, assim como mostram os dados da Perseus Development Corporation em “Iceberg dos Blogs” http://findarticles.com/p/articles/mi_m0EIN/is_2003_Oct_6/ai_108559565/.
    
    Os dados demonstram a presença de mais de 4 milhões de weblogs, porém, cerca de 66% dos blogs não haviam sido atualizados nos dois meses anteriores, ou seja, mais de dois milhões de blogs haviam sido temporária ou permanentemente abandonados. Esse número alterou o fluxo de conteúdo na web, consequentemente, afetou os mecanismos de busca, pois os blogs são muito dinâmicos, logo cada palavra chave utilizada na busca, pode remeter para milhares de blogs, fazendo com que muitas vezes a informação buscada não seja encontrada. Outro ponto importante a ser levantado, é a confiabilidade da informação obtida, já que os blogs carregam um caráter informal, e raramente se tem acesso às fontes consultadas ou referências para a construção de uma postagem publicada.
   
   Independentemente das falhas existentes, o surgimento dos blogs teve papel fundamental para quebrar o controle do fluxo de informação antes detido pelo poder das elites que determinavam o que deveria ser notícia. Hoje, qualquer internauta tem voz para publicar o que acredita. Os blogs tem sido utilizados não somente como diários eletrônicos, mas também para discutir assuntos pertinentes a toda sociedade como a política, educação, saúde e cultura.





Referências:

HEWITT, Hugh. Blog: entenda a revolução que vai mudar o seu mundo.Rio de Janeiro: Thomas Nelson, 2007.

PRIMO, Alex Fernando Teixeira. Hipertexto cooperativo: uma análise da escrita coletiva a partir dos blogs e da Wikipédia. In: Revista FAMECOS: mídia, cultura e tecnologia. Porto Alegre, n.22 (dez. 2003), p. 55-65.

PAZ, Carolina Rodrigues. A Cultura Blog: questões introdutórias. In: Revista FAMECOS: mídia, cultura e tecnologia. Porto Alegre, n.22(dez. 2003), p. 66-72.

ROCHA, Paula Jung. Blogs: sentimentos em rede compartilhados na pós-modernidade. In: Revista FAMECOS: mídia, cultura e tecnologia. Porto Alegre, n.22 (dez. 2003), p. 73-82.