terça-feira, 30 de novembro de 2010

Redes Sociais



[ . . . ] as redes são estruturas abertas capazes de expandir de forma ilimitada, integrando novos nós desde que consigam comunicar-se dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem os mesmos códigos de comunicação”. 
(CASTELLS, 1999)


  
       As redes sociais possibilitam o compartilhamento de informações, conhecimentos e interesses através de uma rede de amigos que se relacionam pela existência de interesses comuns.

        As redes sociais tem diferentes funções, podem operar em diferentes níveis, como, por exemplo, redes de relacionamentos (facebook, orkut, myspace, twitter), redes profissionais (linkedin), redes comunitárias (redes sociais em bairros ou cidades), redes políticas, dentre outras, e permitem analisar a forma como as organizações desenvolvem a sua atividade, como os indivíduos alcançam os seus objetivos ou medir o capital social – o valor que os indivíduos obtêm da rede social. Podendo ser exemplificado pela profissão do analista de redes sociais que tem por objetivo:

[ . . . ] definir objetivos, elencar indicadores de performance, elaborar estratégias para relacionamento e promoção, identificar canais e nós estratégicos para a difusão de sua mensagem, definir linguagem, acompanhar menções à marca e relacionar-se com os usuários, medir resultados…
(RAMALHO, 2009)

Saiba, que bibliotecário também  faz parte dessa vibe, assista e /ou ouça alguns depoimentos de alunos da FESPSP que atuam nessa área:












      Como mencionado anteriormente, as redes sociais tiveram grande influência também na política. Uma das vantagens das redes sociais para esses fins, é que é possível contatar inúmeras pessoas de forma gratuita. Os candidatos com menores condições financeiras para confeccionar materiais de propaganda política, puderam alcançar o publico que acessava as redes sociais para apresentar suas propostas de campanha política com idéias inovadoras e o melhor, sem poluir as ruas. Um dos maiores exemplos é o do Presidente dos EUA Barack Obama que utilizou o twitter para apresentar suas idéias de campanha.
      O impacto da evolução tecnológica modificou o processo de utilização da informação proporcionou o surgimento de um novo espaço de interação humana promovendo o compartilhamento do conhecimento através da inteligência coletiva. 

Pierre Lévy (2000, p. 62) “[ . . . ] que representa a possibilidade de uma sociedade humana mundialmente conectada em rede e fundada no reconhecimento e enriquecimento mútuo das pessoas”. Ou seja, tem por característica um novo tipo pensamento, sustentado por conexões sociais que são viáveis através da utilização das redes abertas de computação da internet.

Bibliotecários e as Redes


      A comunicação é um elemento-chave da socialização. O ato de comunicar proporciona que seres humanos utilizem a informação para modificar seus comportamentos e hábitos ou chegar a acordos para manter a dinâmica social. A comunicação também proporciona o intercâmbio de recursos (materiais, culturais, financeiros, tecnológicos, conhecimento) que podem produzir benefícios para uma comunidade num todo. A estratégia para alcançar este objetivo é através da colaboração.
O bibliotecário está vivenciando essas mudanças significativas e está se vendo obrigado a acompanhar os avanços de toda ordem, bem como de novas demandas informacionais das organizações e das pessoas, a velocidade do processamento da informação e o conhecimento e agilidade necessários para disponibilizar a informação ao usuário.

[ . . . ] o uso de recursos da Web 2.0 significa rupturas na oferta dos serviços e produtos tradicionais aos usuários. Ao incorporarem tecnologias da web 2.0, os profissionais da informação conhecer [ . . . ] e estudar as ferramentas simples, fáceis de usar, eficazes, de baixo custo e alto retorno para dinamizar o fluxo da informação. (BLATTMANN; SILVA, 2007, p.211)



As redes sociais podem ser utilizadas pelos bibliotecários a fim de criar uma rede de compartilhamento entre profissionais da mesma classe, como também pode ser utilizada para promover a instituição onde atuam.








BLATTMANN, Ursula; SILVA, Fabiano Couto Corrêa da. Colaboração e interação na Web 2.0 e Biblioteca 2.0. Revista ACB, v. 12, n. 2, p. 191-215, 2007. Disponível em: <http://www.brapci.ufpr.br/documento.php?dd0=0000008025&dd1=d4ae1>. Acesso em: 13 nov. 2010. 

CASTELLS, M. A sociedade em rede: a era da informação: economia, sociedade e
cultura. Disponível em: <http://www.brapci.ufpr.br/documento.php?dd0=0000002502&dd1=19dba>. Acesso em: 28 nov. 2010. 

LÉVY, Pierre. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. 3.ed. São Paulo: Loyola, 2000. 

RAMALHO, Gabriel. Quem é mesmo o analista de mídias sociais?, 2009. Disponível em: <http://gabs.com.br/blog/2009/12/07/quem-e-mesmo-o-analista-de-midias-sociais/>. Acesso em: 28 nov. 2010.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Museus Virtuais

       Com a expansão da Internet muita informação começou a ser disponibilizada on-line, não seria diferente com os museus. Com o desenvolvimento das Tecnologias de Informação, multiplicaram-se sites de Museus, permitindo ao usuário da Internet visitar virtualmente,  museus localizados fisicamente em diferentes continentes. Talvez a unica possibilidade de ter acesso a arte, sem a necessidade do deslocamento. Porém, acontece a "desconstrução" do objeto como informação e permanece a informação com a imagem do objeto.

Tal nomeação sugere uma idéia de museu
permeada pela centralidade da informação, e não mais
pela materialidade dos lugares e dos objetos físicos, traço
que acompanhou o fenômeno museu desde suas origens,
sem grandes abalos. (LOUREIRO, 2004)

   Na Museologia ocorreu uma quebra de paradigma semelhante ao ocorrido na Biblioteconomia: o suporte deixa de ser o foco principal lançando mão da informação que está sendo disseminada através de diferentes suportes.

 [ . . . ] centros culturais e outras entidades voltadas à preservação, manutenção e gestão de bens patrimoniais tangíveis e intangíveis (patrimônio vivo e atividade criadora digital)” foram oficialmente admitidas como membros da categoria “museu”. (LOUREIRO, 2004)


     O Museu do Iraque, está localizado na cidade de Bagdá, é considerado o 4º museu mais importante do mundo, com peças que abrangem desde à pré-história mesopotâmica até a história mais recente do país.
     O museu tem em torno de 25 mil peças no acervo, mas estão expostas somente 30% delas. A guerra contra os Estados Unidos, em 2003, expôs o museu a constantes ataques. Reaberto em fevereiro deste ano, apenas uma parte de seu acervo está disponível ao público.


    Introdutoriamente, o site do museu apresenta um vídeo curto mostrando a história do museu desde 1926, após são apresentadas oito salas, cada uma correspondendo a uma era da Mesopotâmia.

"Os períodos vão desde a idade pré-histórica até o surgimento das primeiras civilizações dos Sumérios, atravessando o Império Babilônico e Assírio, a presença persa e a época de Alexandre, o Grande, até chegar ao mundo islâmico, com a antiga Bagdá dos califas, celebrizada pelo ciclo das Mil e uma Noites". (Arqueólogo Massimo Cultraro, especializado em pré-historia do Egeu e do Oriente)

A visita virtual possibilita escolher entre três línguas: italiano, inglês, árabe. Apresenta:

  • 70 peças, das quais 40 com reconstrução em 3D estão expostas no museu virtual.
  • 22 vídeos e 18 mapas que mostram a transformação dos sítios arqueológicos.


Vantagens

  • Site atrativo
  • Apresenta abordagem interativa com som e vídeos
  • Ótima resolução das fotos em 3D
  • Possibilidade de aproximação das imagens
  • Independe de horário de funcionamento e de estar no mesmo espaço geográfico
  • Descrição detalhada das peças*

*Acredito ser uma das maiores vantagens do museu virtual, pois na maioria das vezes, os museus não oferecem visita guiada, o que impossibilita conhecer melhor as peças que estão expostas.

Desvantagens

  • Contato visual com a atmosfera do museu (peças e espaço físico)

"[ . . . ] o museu virtual não é competidor ou perigo para o museu de ‘pedra e cal’ porque, pela sua natureza digital, não pode oferecer objetos reais aos visitantes, como o museu tradicional faz." (CARVALHO, 2008)

         No  sentido de transmitir a sensação de estar no museu, e poder visualizar o ambiente e as peças de acordo com capacidades cognitivas indivisuais, o museu virtual deixa a desejar, já que tudo está disposto de uma forma padrão. Mas visto de uma perspectiva informacional, os museus virtuais tem acesso de um publico que está conectado à Internet e que desta forma se mantem conectado com a arte e consegue compreender a construção histórica de determinada civilização sem a necessidade de deslocamento geográfico.

Por sua vez, a relevância das atividades de comunicação e informação para o desenvolvimento da sociedade contemporânea reforça o papel dos profissionais da informação como mediadores entre a instituição e os usuários, que necessitam das mesmas para seu uso pessoal, profissional ou acadêmico e fontes, como o museu, que produzem, organizam e distribuem informação, ou dispõem de mecanismos de acesso a esse recurso.(CARVALHO, 2008)




CARVALHO, Rosane Maria Rocha de. Comunicação e informação de museus na Internet e o visitante virtual. Museologia e Patrimônio. vol.I, n. 1, Jul/Dez De 2008. Disponível em:


História Digital. Faça uma visita ao Museu (Virtual) do Iraque. Disponível em:


LOUREIRO, Maria Lucia de Niemeyer Matheus. Webmuseus de arte: aparatos informacionais no ciberespaço. Ci. Inf., Brasília, v. 33, n. 2, p. 97-105, maio/ago. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ci/v33n2/a10v33n2.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2010.


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Jornais Digitais Brasileiros


    O web jornalismo ou jornalismo online consiste na instantaneidade, interatividade, multimediação, programação e personalização de conteúdo.
      Existem inúmeros adjetivos para diferenciar o tipo de publicação do jornal digital para o jornal impresso, sobretudo, acredito que a maior vantagem é a recuperação da informação, já que a grande maioria dos jornais on-line mantém armazenadas todas as suas "notícias anteriores" em seus servidores, de modo que o leitor pode facilmente pesquisar por palavras-chave.




Fazendo uso do Jornal do Brasil, listei as características que o diferenciam dos demais jornais exclusivamente online:

  • textos, remetem para outros sites de interesse que contêm informação adicional;
  • os artigos podem ser discutidos em Newsgroups;
  • notícias em tempo real;
  • enquetes;
  • notícias pelo celular, selecionadas pelo leitor.
Outras vantagens que o jornal inpresso não oferece:
  • disponibilidade de acesso em qualquer computador ligado à internet,
  • acessibilidade a qualquer hora, de qualquer ponto do mundo, antes do que a versão impressa;
  • sem limites de tiragem;
  • permite ao Design gráfico uma maior liberdade criativa, através de ferramentas disponíveis para a construção na Web;
  • gratuito.

        Já que estamos na semana da Consciência Negra, destaquei uma matéria do Sociólogo Gilson Caroni Filho, intitulada como "Olurun Eke e a República incompleta: o negro brasileiro consegue criar as coisas mais bonitas de sua produção simbólica."  O autor expõe a necessidade de um novo olhar sobre as culturas afim de descobrir as "essências escondidas atrás de formas ou aparências".


"Ser negro no Brasil de 2010 é, culturalmente, assumir a Alma Popular: é pensar a partir do ponto de vista do povo. É, sobretudo, estabelecer sintonia ideológica com as classes sociais que foram exploradas durante nossos 510 anos de história. O grande saque que se iniciou com a invasão portuguesa, por causa do pau-brasil, continuou e prosperou até depois da Independência, sempre a beneficiar os brancos. Consolidou-se com a Abolição/Proclamação da República, e continua até os nossos dias."


         A nova sociedade estruturada pelas tecnologias, está imersa em um mar de informações, Imagens e sons. Para que os usuários não se afoguem, é necessário um profissional da informação possua, não só, conhecimentos específicos na área de organização e tratamento da informação, mas também, é imprescindível o conhecimento com as novas tecnologias do conhecimento para gerenciar a informação que de fato está sendo procurada.


Todos os meios serão multimeios, a verdadeira especialidade dos futuros profissionais da informação será a capacidade de trabalho em todos eles, seleccionando e interpretando informação com a suficiente criatividade para dispor agradavelmente essa informação para quem necessita. (PÉREZ, 1997)


Quanto mais cresce o uso da Internet no Brasil, mais se avolumam as matérias jornalísticas que, com raras exceções, misturam ignorância, medo e vulgaridade preconceituosa.

“Cachorro fez mal a moça.” Por trás da sugestão velada da sevícia, um pobre cachorro-quente, certamente com o molho azedado. Hoje com a mudança dos hábitos sociais, não se faz mais mal às moças, nem aos cachorros. (LONDON, 2000, p.107)

Lidas com atenção e critério, essas “matérias” se cobrem de ridículo. Ocorre a absorção de tecnologias e de novos conceitos defasados e sem tanta importância como aparentava inicialmente.


Assim também se apresentam as notícias de fontes ciêntificas “Pesquisa realizada pela...” substituindo os relatos.
Quem relata se isenta do que escreve, pois, está citando uma fonte “técnica”, quem ouve dá ao relato valor ciêntifico, pois não é um texto assinado por fulano ou sicrano, mas uma “verdade científica”. Nada tem relação direta com a verdade ou com a mentira, pois dados numericos ou conclusões sociais ou técnicas desprovidas de informações sobre seu contexto e limites de verificação podem ser piores conselheiros do que opiniões e avaliações, especialmente de estudiosos e de analistas de notório saber. (LONDON, 2000, p. 30)


          Então, com o jornalismo on-line ocorre uma necessidade de mediar a informação e o usuário, saber explicar e dar uma interpretação dos acontecimentos e notícias será algo cada vez mais valorizado e um campo que se abre para o bibliotecário que está inserido nesse contexto, assim como ressalta Furio Colombo (1998):

[ . . . ] os profissionais da informação, neste quadro infinitamente maior, mais povoado, mais rico, mais perigoso, apresentar-se-ão como os voluntários de um patrulhamento ideal, os capacetes azuis que tentam retirar a ordem da desordem, sequências racionais do caos, e um constante trabalho de identificação e denúncia da desinformação que se torna possível numa base enormíssima.





Referências:

COLOMBO, Furio. Conhecer o jornalismo hoje. Lisboa: Editorial Presença, 1998.

LONDON, Jack. Navegar é preciso? Rio de Janeiro: Campus, 2000.


PÉREZ, Arturo Merayo. Periodistas para el siglo de la información: claves para formar los nuevos comunicadores. Espanha, 2000. Disponível em . Acesso em: 15 nov. 2010.
Jornal do Brasil. Disponível em: < http://www.jb.com.br/>. Acesso em: 15 nov. 2010.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Jornais Digitais Internacionais

No início, os jornais digitais, apenas transportam para a rede o conteúdo da versão impressa. Depois,acrescentam alguns produtos diferenciados à nova mídia. Os da terceira geração são feitos exclusivamente para a Internet com produtos planejados para o referido suporte. (Mielniczuk, 2004). 



A facilidade de acesso a informação disponível em meio online é infinita, porém, cabe ao profissional da informação agir como um "filtro" selecionando de acordo com as suas necessidades informacionais o conhecimento útil para o aprimoramento das suas capacidades. 
O Bibliotecário no exercício de suas funções precisa estar sempre atualizado para disponibilizar a os usuários da instituição onde presta serviço, informação confiável, atualizada e pertinente as necessidades do consulente. 


[ . . . ] o computador mudou tudo. O mundo tornou-se hoje um lugar diferente até mesmo para as pessoas que não têm acesso à tecnologia da informação” (HARRIS, 1995)


A disponibilização do conteúdo informacional jornalístico em meio eletrônico é um importante aliado para o bibliotecário, pois imagine a quase impossibilidade de disponibilizar jornais internacionais diariamente na instituição, isso não seria viável sem as tecnologias da informação, pois para que isso pudesse acontecer alguém teria que ir até um determinado país buscar o jornal para que ele pudesse ser lido, ou dependeria dos serviços de correios internacionais aéreos. Com isto, demoraria muito tempo e faria com que a informação chegasse às mãos do usuário, ultrapassada.



                           El Pais (Espanha)


A tecnologia permite uma cobertura quase em tempo real aos veículos presentes na web, os leitores têm acesso à informação de qualquer lugar do mundo. Quem navega na Internet pode acessar vários jornais internacionais de renome que disponibilizam notícias em vários idiomas.


  • Jornal francês de maior prestígio internacional, mantém uma variedade de informações e articulistas respeitados, além de uma postura política independente”, o que fazem a essência de um jornal de estilo sóbrio.

  • Fundado em 1944 por Hubert Beuve-Méry.

  • Sua primeira edição online foi lançada em 19 de dezembro de 1995.

  • Sua estrutura interna mostra-se bem diferente da maioria das empresas jornalísticas, uma vez que seus redatores possuem 40% do seu capital.

  • Em 2005, seu formato sofreu modificação, com grande avanço na programação visual, deixando de ter o aspecto de textos extensos e analíticos que era sua característica, através da inserção de logotipo, mais fotos e textos menos extensos.( WIKEPEDIA, 2010)


Esta semana, o Jornal francês “Le Monde” noticiou a seguinte pergunta polêmica:

"As bibliotecas digitais para comunidades"

Internet 2.0 é baseado comunidades freqüentemente aleatória. E se um iniciado com livros digitais, comunidades já estabelecidas, quer regionais, académicas, empresariais? E se eles dotados das novas ferramentas digitais, encorajando-os a comunicar uns com os outros? 




     Assuntos como este, noticiado no Le Monde, são de grande relevância na área da Biblioteconomia e corroboram para as discussões no meio acadêmico e entre os profissionais atuantes na área. Além de proporcionar novas discussões, proporcionam o acesso a qualquer pessoa que esteja conectada com o mundo digital, deixando de ser uma informação de uso exclusivo de uma determinada área do conhecimento. 







HARRIS, Stuart. Cyberlive. São Paulo: Berkeley Brasil, 1995.

MIELNICZUK, Luciana. Sistematizando alguns conhecimento sobre jornalismo na web In: MACHADO, Elias e PALÁCIOS, Marcos (orgs.) Modelos de Jornalismo Digital. Salvador, Calandra, 2004. 
WIKEPEDIA. Le Monde. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Le_Monde>. Acesso em: 08 nov. 2010.

Jornal aberto

“A guerra produziu milhões de homens e mulheres ansiosos para serem
educados nessas novas ciências”.  (BURKETT1990)


A I e II Guerra mundial se delinearam como fatores que consolidaram o crescimento do jornalismo no século XIX. As novas tecnologias desenvolvidas em função desses ocorridos causaram euforia à sociedade e aumentou seu interesse pela ciência. A mídia jornalística permitiu que todos se sentissem minimamente afinados com as questões centrais do mundo.

As características de Multimidialidade/Convergência, Interatividade, Hipertextualidade, Customização do Conteúdo/Personalização, Memória, Instantaneidade/Atualização Contínua Segundo Palacios (2003) refletem as potencialidades oferecidas pela Internet ao jornalismo desenvolvido para a Web.


Multimidialidade/Convergência - refere-se à convergência dos formatos das mídias tradicionais (imagem, texto e som) na narração do fato jornalístico. Torna-se possível em função do processo de digitalização da informação e sua posterior circulação e/ou disponibilização em múltiplas plataformas e suportes, numa situação de agregação e complementaridade.

Interatividade - a capacidade notícia online de fazer com que o leitor/usuário sinta-se mais diretamente parte do processo jornalístico. Isto pode acontecer de diversas maneiras: pela troca de e-mails entre leitores e jornalistas, através da disponibilização da opinião dos leitores.

Hipertextualidade - Possibilita a interconexão de textos através de links. A partir do texto noticioso, apontar-se (através de links) para outros sites relacionados ao assunto, material de arquivo dos jornais, textos jornalísticos etc.

Customização do Conteúdo/Personalização - Consiste na opção oferecida ao Usuário para configurar os produtos jornalísticos de acordo com os seus interesses individuais.
  
Memória - Acumulação de informações é mais viável técnica e economicamente na Web do que em outras mídias. Na Web a Memória torna-se Coletiva, através do processo de hiperligação entre os diversos nós que a compõem. Desta maneira, o volume de informação anteriormente produzida e diretamente disponível ao Usuário e ao Produtor da notícia cresce exponencialmente no Jornalismo Online, o que produz efeitos quanto à produção e recepção da informação jornalística.

Instantaneidade/Atualização Contínua – A rapidez do acesso, combinada com a facilidade de produção e de disponibilização, propiciadas pela digitalização da informação e pelas tecnologias telemáticas, permitem uma extrema agilidade de atualização do material nos jornais da Web. Isso possibilita o acompanhamento contínuo em torno do desenvolvimento dos assuntos jornalísticos de maior interesse.


Com o crescimento desenfreado de informações disponibilizadas em meio eletrônico, torna-se ainda mais crucial o papel desempenhado pelos profissionais das Ciências da Informação que exercem a função de seleção, organização e tratamento dessa informação gerada no sentido de manter a confiabilidade dos conteúdos disponibilizados.


A Rede pode dar acesso a uma massa de informações, mas ninguém é um cidadão do mundo, querendo saber tudo, sobre tudo, no mundo inteiro. Quanto mais informação há, maior é a necessidade de intermediários- jornalistas, arquivistas, editores, etc- que filtrem, organizem, priorizem. Ninguém quer assumir o papel de editor chefe a cada manhã. A igualdade de acesso à informação não cria igualdade de uso da informação. (Wolton,1999).



A perda do controle sobre a informação provoca ações radicais dos homens na mídia e parte do público precisa aprender a participar e ter também consideração por outros usuários e mediadores. Por outro lado, essa transformação do espectador passivo e a centralização da informação não estar mais nas mãos dos produtores, ainda é muito recente, é preciso adotar novas posturas diante da exigência da redefinição desses papéis.



“Soluções tecnológicas para impedir ações de vândalos ou protestos são requisitadas desde o início do boom do webjornalismo. Em 1998, por exemplo, a página inicial da versão digital do The New York Times foi invadida por hackers que colocaram fotos de mulheres nuas no lugar das notícias; os produtores de conteúdo optaram por suspender temporariamente o acesso de todos os internautas para não comprometer a credibilidade do site.” (QUADROS, 1999)


“No início do boom dos jornais digitais, havia apenas a transposição dos diários impressos para a rede das redes” (Quadros, 1999). Com a exploração da hipermídia em partes de sites jornalísticos passaram a exibir alguns produtos diferenciados, que só constavam no meio online, como atualização de notícias, estáticas e informação em movimento atendendo as expectativas de um usuário sedento por encontrar transformações oriundas da Revolução Digital.



Um exemplo de open source journal é o Ohmynews  da Coréia do Sul. Criado em 2004. O site parte do princípio de que “todo cidadão pode ser um repórter”, colocando o que pessoas julgam ser verdade. [ . . . ] mostram que é grande o desejo em dar adeus ao jornalismo do século XX, quando as pessoas só podiam ver as coisas com os olhos de uma mídia conservadora. (Oh Yeonho editor e fundador do OhmyNews, apud QUADROS,1999)


Matéria dessa semana no OhmyNews “Cidadãos filmam vídeo de tiros na cidade de Reynosa, que estava relacionada com a guerra do tráfico”.






BURKETT, Warren. Jornalismo cientifico: Como escrever sobre ciência, medicina e alta tecnologia para os meios de comunicação. Trad. Antônio Trânsito. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1990.

PALACIOS, Marcos. Ruptura, Continuidade e Potencialização no Jornalismo Online: o Lugar da Memória. Salvador: Editora Calandra, 2003.


 QUADROS, Claudia Irene de. Periodistas y diarios electrónicos: las exigências profesionales en la red , tesis doctoral, Universidad de La Laguna, 1999.

WOLTON, Dominique. Internet et après: une theorie critique des noveaux médias, Paris:Flammarion, 1999.