Desde a antiguidade o homem interessou-se pelos fenômenos e efeitos da luz na visão. Na China, no séc. V A.C., Mo Ti observou que os raios luminosos, refletidos por um objeto iluminado, passando através de um pequeno buraco de uma caixa escura, davam desse objeto uma imagem invertida mas exata (câmara escura). Aristóteles também descreveu este princípio.
Stefano Della Bella – Câmara escura com vista de Florença – desenho a tinta
Queda do muro de Berlim |
A fotografia tem um papel muito importante para a construção de imagens, pois está intimamente relacionada com a realidade. É um meio de expressão e comunicação de informação que pode ser usada de variadas formas, retrata a memória coletiva através de acontecimentos históricos, ampara as notícias, mostrar belezas naturais, serve para ilustrar anúncios, relatórios, sites, palestras e em tantos outros meios com finalidades diversas. No entanto, com a evolução e a difusão da fotografia digital a profissão de fotógrafo entrou em declínio.
A fotografia digital provocou uma ruptura entre os profissionais da imagem, principalmente fotojornalistas, dando origem a três categorias de profissionais no mercado de fotografia: a primeira é formada por veteranos fotógrafos, a segunda, por fotógrafos que vem acompanhando a morte gradativa da fotografia analógica, e a terceira, por fotografos mais jovens, que assistem ao nascimento da fotografia digital. (OLIVEIRA, 2006)
Muitos profissionais encontram dificuldades para exercer a profissão por dificuldades de adaptação às novas tecnologias, programas computadorizados entre outros recursos que permitem o tratamento da imagem digital e a pré-edição do material fotográfico. Essas facilidades oriundas do avanço digital também envolvem questões éticas e estéticas na fotografia jornalistica, conforme o autor Erivam de Oliveira (2006) coloca: "acontecimentos recentes mostram o sério problema da manipulação e fabricação de imagens, de modo a torná-las mais realistas e sedutoras, sem ética, sem escrupulos".
De fato, esse excessivo processso de edição diminui a credibilidade da imagem, mas também outras práticas como a falta de descrição fotográfica. Hoje com o ritmo acelerado de informações disponibilizadas e acessadas, é muito fácil encontrar descrições errôneas a respeito das imagens disponibilizadas na web.
A câmara se torna cada vez menor, cada vez mais apta a fixar imagens efêmeras e secretas, cujo efeito de choque paralisa o mecanismo associativo do espectador. Aqui deve introduzir a legenda, introduzida pela fotografia para favorecer a literalização de todas as relações da vida e sem a qual qualquer construção fotográfica corre o risco de permanecer vaga e aproximativa. (BENJAMIN, 1987)
A fotografia é um meio de formação de opinião por transmitir a mensagem de forma direta e clara. Por um lado isso é positivo, pois, não permite desvios de informação e de opinião, por outro inspira cuidados, pois, uma imagem mal empregada transmitirá claramente conceitos inadequados. Portanto é necessário coerência com a realidade a que pertence.
O profissional da informação além de seus conhecimentos técnicos necessita de sua capacidade cognitiva para avaliar o conteúdo das imagens, buscando compreender que o documento fotográfico tem uma natureza diferenciada, devido a sua linguagem não textual, e requer uma leitura e interpretação para posterior consulta e recuperação da informação [ . . . ]. (SILVA, 200?).
A fotografia é um ótimo instrumento de pesquisa investigativa que possibilita grandes descobertas, para tanto é necessário análise e reflexão do profissional da informação que compreenda a diversidade e o alto grau de especificidade contido em uma imagem fotográfica afim de facilitar a recuperação, consulta e disseminação da informação. “Quem podia guiar-me? Desde o primeiro passo, o da classificação (é preciso classificar, realizar amostragens, caso se queira constituir um corpus) a fotografia se esquiva.” (BARTHES, 1984)
BARTHES, Roland. A Câmara Clara: nota sobre a fotografia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
BENJAMIN, Walter. Obras Escolhidas. In: Magia e Técnica: arte e política. São Paulo: brasiliense, 3 ed., 1987.
OLIVEIRA, Erivam Morais de . Da fotografia analógica à ascensão da fotografia digital. Disponível em: <http://www.bocc.uff.br>. Acesso em: 19. Set. 2010.
SILVA, Rosi Cristina Da. O Profissional da Informação como Mediador entre o Documento e o Usuário: a experiência do acervo fotográfico da Fundação Joaquim Nabuco. Disponível em: < ww.Ufg.Br/This2/Uploads/Files/74/Arquivo_Fotogr_Fico.Pdf > Acesso em: 20. Set. 2010.
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