segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Banco de dados: imagem por si só?


Mas um fotógrafo que não sabe ler suas próprias imagens não é pior que um analfabeto?
 Não se tornará a legenda a parte mais essencial da fotografia?
(Walter Benjamin, 1987, p. 107)




         De acordo com o post anterior, foi possível compreender que a fotografia é um meio de expressão e comunicação da informação, que necessita de normas técnicas e protocolos de descrição, indexação, que viabilizem o acesso, recuperação, preservação e difusão da informação.  

Essa reflexão engloba o lugar da fotografia nos bancos de dados eletrônicos, vinculados a preservação e pesquisa. Os bancos institucionais, e aqueles bancos integrados a projetos de pesquisa.




Instituições como os museus, arquivos e bibliotecas que gerenciam acervos iconográficos, são lugares privilegiados para a implantação de bancos de dados, que contemplem a especificidade da imagem, especificidade que reside em grande parte no fato de ela ser um objeto visual. Atualmente, os bancos de imagens são capazes de recuperação de imagens cores, texturas ou mesmo fisionomias. (MAKINO; Silva; LIMA; CARVALHO, 2000)



A formação de Centros de Memória, Museus e Arquivos Institucionais que se voltam para o tratamento das fontes materiais e visuais, transformam essas fontes em patrimônio cultural, valorizando, sobretudo, a fotografia, pois os valores estéticos, a raridade do tema, criam em torno destas imagens um fascínio. [ . . . ] à indexação informatizada dos descritores, aprofundou a análise dos padrões visuais no retrato. (MAKINO; Silva; LIMA; CARVALHO, 2000)


Como documento de coleção, a fotografia advém de uma iniciativa pré-concebida, que visa à acumulação de um tipo de imagem, segundo critérios próprios da atividade de colecionar, que é uma prática que retira o objeto de um contexto para introduzi-lo em outro, agora regido por regras definidas por seu proprietário. A maior preocupação, se tratando da fotografia de coleção, é da sobreposição do arranjo inicial do colecionador, dado por ele, aos interesses institucionais que modifica, ou perde as pistas do que era a organicidade dessa coleção primeira. O grande desafio hoje é conseguir trabalhar os critérios da instituição, sem que isso aconteça em detrimento daquela biografia,a história que a coleção agrega. “Contextualizar a fotografia significa manter o seu lugar de procedência no quadro documental, refletindo a atividade que a produziu.(MAKINO; Silva; LIMA; CARVALHO, 2000)

Fazendo uma breve análise dos bancos de dados de imagens, é possível perceber que a área da publicidade e do foto jornalismo, voltado plenamente ao mercado, privilegiam a imagem na primeira tela, protegendo os direitos autorais do fotógrafo. Já os bancos de imagens da área dos museus de arte, apresentam informações biográficas e de proveniência, porém fornecem uma catalogação muito suscita disponibilizada ao pesquisador. O banco de dados com mais clareza, contendo informações que nos outros bancos é demonstrada somente nos bastidores. 


Quando a fotografia passa a integrar o mundo digital, uma enorme descontextualização, um processo crescente de mercantilização da imagem é notável, não só em relação à questão dos direitos autorais, mas também o preço a ser pago por essas imagens, e quem pode adquirir. É um problema político, enfrentado pelo gerenciamento da informação, e quem tem poder para deter acervos e a informação sobre esses acervos. Além da mudança constante de formatos das bases dos softwares, toda essa obsolescência trazida pelo mundo da informática.  



Referências:



 

BENJAMIN, Walter. Obras Escolhidas. In: Magia e Técnica: arte e política. São Paulo: brasiliense, 3 ed., 1987.

MAKINO, Miyoko; SILVA, Shirley Ribeiro da; LIMA, Solange Ferraz de; CARVALHO, Vânia Carneiro de. O serviço de documentação textual e iconografia do Museu Paulista. Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material.  vol,10-11 no.1. São Paulo,  2003.


MEMÓRIA e patrimônio em dois cliques: a pesquisa com imagens em contextos museológicos. Disponível em: < http://doiscliques2008.blogspot.com/> Acesso em: 25 set. 2010.




terça-feira, 21 de setembro de 2010

Fotografia: carga informacional

      Desde a antiguidade o homem interessou-se pelos fenômenos e efeitos da luz na visão. Na China, no séc. V A.C., Mo Ti observou que os raios luminosos, refletidos por um objeto iluminado, passando através de um pequeno buraco de uma caixa escura, davam desse objeto uma imagem invertida mas exata (câmara escura). Aristóteles também descreveu este princípio.

Stefano Della Bella – Câmara escura com vista de Florença – desenho a tinta
    
Queda do muro de Berlim
   A fotografia tem um papel muito importante para a construção de imagens, pois está intimamente relacionada com a realidade. É um meio de expressão e comunicação de informação que pode ser usada de variadas formas, retrata a memória coletiva através de  acontecimentos históricos,  ampara as notícias, mostrar belezas naturais, serve para ilustrar anúncios, relatórios, sites, palestras e em tantos outros meios com finalidades diversas.   No entanto, com a evolução  e a difusão da fotografia digital a profissão de fotógrafo entrou em declínio. 

A fotografia digital provocou uma ruptura entre os profissionais da imagem, principalmente fotojornalistas, dando origem a três categorias de profissionais no mercado de fotografia: a primeira é formada por veteranos fotógrafos, a segunda, por fotógrafos que vem acompanhando a morte gradativa da fotografia analógica, e a terceira, por fotografos mais jovens, que assistem ao nascimento da fotografia digital. (OLIVEIRA, 2006)

     Muitos profissionais encontram dificuldades para exercer a profissão por dificuldades de adaptação às novas tecnologias, programas computadorizados entre outros recursos que permitem o tratamento da imagem digital e a pré-edição do material fotográfico. Essas facilidades oriundas do avanço digital também envolvem questões éticas e estéticas na fotografia jornalistica, conforme o autor Erivam de Oliveira (2006) coloca: "acontecimentos recentes mostram o sério problema da manipulação e fabricação de imagens, de modo a torná-las  mais realistas e sedutoras, sem ética, sem escrupulos". 
      De fato, esse excessivo   processso de edição diminui a credibilidade da imagem, mas também outras práticas como a falta de descrição fotográfica. Hoje com o ritmo acelerado de informações disponibilizadas e acessadas, é muito fácil encontrar descrições errôneas a respeito das imagens disponibilizadas na web

A câmara se torna cada vez menor, cada vez mais apta a fixar imagens efêmeras e secretas, cujo efeito de choque paralisa o mecanismo associativo do espectador. Aqui deve introduzir a legenda, introduzida pela fotografia para favorecer a literalização de todas as relações da vida e sem a qual qualquer construção fotográfica corre o risco de permanecer vaga e aproximativa. (BENJAMIN, 1987)


 A fotografia é um meio de formação de opinião por transmitir a mensagem de forma direta e clara. Por um lado isso é positivo, pois, não permite desvios de informação e de opinião, por outro inspira cuidados, pois, uma imagem mal empregada transmitirá claramente conceitos inadequados. Portanto é necessário coerência com a realidade a que pertence. 

O profissional da informação além de seus conhecimentos técnicos necessita de sua capacidade cognitiva para avaliar o conteúdo das imagens, buscando compreender que o documento fotográfico tem uma natureza diferenciada, devido a sua linguagem não textual, e requer uma leitura e interpretação para posterior consulta e recuperação da informação [ . . . ]. (SILVA, 200?).

     A fotografia é um ótimo instrumento de pesquisa investigativa que possibilita grandes descobertas, para tanto é necessário análise e reflexão do profissional da informação que compreenda a diversidade e o alto grau de especificidade contido em uma imagem fotográfica afim de facilitar a recuperação, consulta e disseminação da informação.   “Quem podia guiar-me? Desde o primeiro passo, o da classificação (é preciso classificar, realizar amostragens, caso se queira constituir um corpus) a fotografia se esquiva.” (BARTHES, 1984)



BARTHES, Roland. A Câmara Clara: nota sobre a fotografia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.

BENJAMIN, Walter. Obras Escolhidas. In: Magia e Técnica: arte e política. São Paulo: brasiliense, 3 ed., 1987.


OLIVEIRA,  Erivam Morais de . Da fotografia analógica à ascensão da fotografia digital. Disponível em: <
http://www.bocc.uff.br>. Acesso em: 19. Set. 2010.


SILVA, Rosi Cristina Da. O Profissional da Informação como Mediador entre o Documento e o Usuário: a experiência do acervo fotográfico da Fundação Joaquim Nabuco. Disponível em: < ww.Ufg.Br/This2/Uploads/Files/74/Arquivo_Fotogr_Fico.Pdf  >  Acesso em: 20. Set. 2010.






                                                                                         

domingo, 12 de setembro de 2010

Critérios para Avaliação de Blogs

Na Era da Informação 
http://naeradainformacao.blogspot.com/  




CRITÉRIOS
ANÁLISE
Parâmetros gerais

Tipologia do blog 
Pessoal
Têm objetivos concretos e bem definidos?
Sim
Se os objetivos estão definidos, os conteúdos se ajustam a eles?
Sim
Existe uma política editorial de aceitação de contribuições?
Não
Tem domínio próprio?
Sim
Tem uma URL correta, clara e fácil de recordar?
Sim
Mostra, de forma precisa e completa, que conteúdos ou serviços oferece?
Sim
A estrutura geral do blog está orientada ao usuário?
Sim
É coerente o desenho (layout) geral do blog?
Não
É  atualizado periódicamente?
Sim
Oferece algum tipo de subscrição?
Sim, feeds.


Identidade, informação e serviços

A  identidade do blog é mostrada claramente em todas as páginas?
Sim
Existe informação sobre (s) criador(es) do blog?
Sim
Existe um logotipo?
Não
O logotipo é significativo, identificável e visível?
-
Existe alguma forma de contato com os responsáveis pelo blog?
Sim
Nos posts:

- é mostrada claramente informação sobre o autor?
Sim
- é mostrada claramente a data de publicação?
Sim
- oferece links permanentes?
Sim
É dada informação sobre número de usuários registrados e convidados?
Apenas registrados
Existe um calendário de publicação?
Não
Existe um arquivo onde consultar posts anteriores?
Sim
Existe alguma declaração ética?
Não
Oferece links para outros blogs?
Sim
Oferece links externos a outros recursos de informação?
Sim
Apresenta uma lista de palavras-chave para cada post?
Sim
Está traduzido em outros idiomas?
Não
Existe algum tipo de controle sobre conteúdos polêmicos?
Não
Possui uma seção de ajuda?
Não
O link da seção de “Ajuda”  está colocado em uma zona visível?
Não
Oferece uma vista prévia antes de publicar?
Não
Existe algum tipo de buscador?
Não

O buscador encontra-se  facilmente acessível?
-
Permite a busca avançada?
-
Mostra os resultados de forma compreensível para o usuário?
-
Dispõe de ajuda para realizar a busca?
Não
Qual o número médio de comentários? (calcular sobre os 10 últimos posts).
0,8 comentários.


Estruturas e navegação

A estrutura de organização e navegação está adequada?
Não
Tem algum sistema de navegação distinto da navegação por datas?
Não
Os posts estão classificados tematicamente?
Não
Que número de clics são necessários para ver os comentários aos posts?
1 clic.
Que número de clics são necessários para fazer comentários aos posts?
1 clic.
Os links são facilmente reconhecíveis como tais?
Sim
A caracterização dos links indica seu estado (visitados,
Não
ativos etc.)?

Existem elementos de navegação que orientem o usuário sobre onde está e como desfazer sua navegação?
Não
Existem páginas “órfãos”?
Não


Layout da página

São aproveitadas as zonas de alta hierarquia informativa da página para conteúdos de maior relevância?
Sim
Foi evitada a sobrecarga informativa?
Não
É uma interface limpa, sem ruído visual?
Sim
Existem zonas em “branco” entre os objetos informativos da página, para poder descansar a vista?
Não
É feito um uso correto do espaço visual da página?
Sim
É utilizada corretamente a hierarquia visual para expressar as relações do tipo “parte de” entre os elementos da página?
Sim


Acessibilidade

O tamanho da fonte foi definido de forma relativa?
Sim
O tipo de fonte, efeitos tipográficos, tamanho da linha e alinhamento empregados facilitam a leitura?
Sim
Existe um alto contraste entre a cor da fonte e o fundo?
Sim
Inclui um texto alternativo que descreve o conteúdo das imagens apresentadas?
Não
O site web é compatível com os diferentes navegadores?
Sim
Visualiza-se corretamente com diferentes resoluções de tela?
Sim
Pode-se imprimir a página sem problemas?
Sim


Visibilidade

Link: Google.
Não
Link: Yahoo.
Não
Link: MSN.
Não
PageRank
Não
Twitter
Sim
YouTube
Não
Orkut
Sim
Facebook
Sim
Unik
Não
Outros. Qual(is)?
Delicius


Avaliação global

O blog apresenta informações sobre a área da Ciência da Informação. Possui uma boa visibilidade, e a informação é de fácil recuperação, além de disponibilizar links de outros blogs com temas relevantes da área. Necessita de maior descrição nas fotos e título de postagens. Um ponto negativo é a inserção de reportagem por áudio, que é ativada cada vez que o blog é acessado, isso causa certa “irritabilidade”, pois cada vez que navegamos pelo blog e retornamos a pagina inicial, o áudio é ativado.




Avaliado por: Elisângela Gomes
Data da avaliação: 10 de set. de 2010.


Fonte
 Adaptado de: JIMÉNEZ HIDALGO, Sonia; SALVADOR BRUNA, Javier.  Evaluación formal de blogs con contenidos académicos y de investigación en el área de documentación. El Profesional de la Información, v.16, n. 2, p. 114-122, mar./abr. 2007.